Sandro, quero deixar registrado aqui no blog que tu foste um ótimo anfitrião, que eu REALMENTE me senti em casa na tua casa e que não vejo a hora de repetir a dose. Obrigada por ter me levado na The Week, por ter me apresentado teus amigos, por ter me dado a chance de me divertir taaaaanto naquela balada maravilhosa, por ter passseado comigo na Oscar Freire, por ter dividido comigo aquele sushi... adorei cada momento.
24 de dez. de 2008
amigo sandro, obrigada por tudo
Sandro, quero deixar registrado aqui no blog que tu foste um ótimo anfitrião, que eu REALMENTE me senti em casa na tua casa e que não vejo a hora de repetir a dose. Obrigada por ter me levado na The Week, por ter me apresentado teus amigos, por ter me dado a chance de me divertir taaaaanto naquela balada maravilhosa, por ter passseado comigo na Oscar Freire, por ter dividido comigo aquele sushi... adorei cada momento.
coisas boas e ruins de um show da madonna
Vamos aos fatos. Primeiro, o show atrasou 1 hora e meia. E aqui fica meu protesto: esse povo de São Paulo é muito pacífico! Ficou ali como se um atraso desses fosse normal! Eu queria reclamar, mas o que seria minha voz sozinha entre 70 mil? Não ouvi um ai. Defeito ou virtude dos paulistanos, que certamente eram maioria lá? Não sei, mas fiquei revoltada. Quieta, mas revoltada.
Eis que então, finalmente, o palco se iluminou... Os telões foram ligados... E ela entrou. E todos, inclusive eu, esqueceram o atraso. E a dor nas costas. E a vontade de fazer xixi. O que tem essa mulher pra fazer isso com as pessoas? Eu, que nem curto muito música pop, que sou muito mais do "banquinho & violão", do samba, da música brasileira, fui totalmente contagiada por aquela freak que não envelhece nunca, que não pára de lançar discos incríveis e que não deixa as britneys e rihannas da vida chegarem nem perto do posto que há anos é dela.
Agradeci por ter me dedicado a ouvir exaustivamente o disco Hard Candy no meu MP3 nas últimas semanas, pois assim pude acompanhar praticamente todas as músicas. E adorei. Juntando essas com um punhado de outras mais antigas que ela cantou e está feito o show perfeito, que remete uma guria de 31 como eu a várias fases da vida, principalmente à tão remota adolescência.
Pena mesmo que não vi muita coisa. Em meus minguados 1 metro e 65, não fui páreo para meio Morumbi com mais de 1,70. Pescoção esticado, ponta do pé, nada resolveu muito. Diante de tudo isso, o saldo da experiência é uma mistura de coisas boas e ruins. Mas a conclusão é que as coisas boas neutralizam as ruins, como acabei percebendo depois que fiz essa listinha:
Gostei:
- Do show em si, da produção, dos efeitos visuais, do som que estava impecável. É puro entertainment, é espetáculo. Expectativas atendidas e superadas.
- Da companhia perfeita do meu amigo Sandro, super parceirão que até ergueu várias vezes as dezenas de quilos deste corpitcho (aff...) pra eu ver melhor o palco.
- Da simpatia da Madonna (por essa eu não esperava), que bateu altos papos, reclamou da chuva (até os popstars falam sobre o tempo...) e sorriu muito.
- Da tranqüilidade daquele povaréu. Nem sombra de violência, pelo menos por onde eu passei.
- Do repertório mesclando músicas novas e antigas.
- Do momento Like a Prayer. Nunca pulei daquele jeito num show!
- Das cervejas geladas que tomei (só isso e muita sede pra salvar uma Sol).
Não gostei:
- Do atraso de 1 hora e meia.
- Do conformismo do público com o atraso de 1 hora e meia.
- Da Madonna ter ficado quase metade do show dançando no chão (se em pé já era ruim enxergar, imagina deitada).
- Da desafinação da Madonna cantando Borderline em ritmo de rock.
- Da Madonna fingindo tocar guitarra.
- De a Madonna ter recusado o pedido de um cara para cantar Open your heart. Se só ensaiou Express yourself, por que pergunta?
- Da altura da Madonna (vai ser baixinha assim no inferno!).
- Do cabelo da Madonna (ela já teve momentos melhores).
- De a única cerveja a venda lá ser Sol.
- De ter sido obrigada a entrar no estádio do São Paulo (grrrrrrrrrrr)
11 de dez. de 2008
contagens regressivas
Viagem a São Paulo e show da Madonna: 8 dias
Reveillon em Treze Tílias/SC (exótico, não? outra hora explico melhor): 19 dias
FÉRIAS (Carneiros/PE, Maceió/AL e Rota Ecológica/AL): 43 dias
Eba! Três viagens encarreiradas! Doida pra escrever sobre, mas é cedo. Deixa pra depois.
8 de dez. de 2008
muitas emoções, nenhum título
30 de nov. de 2008
um boteco porto-alegrense, por favor?
Menos, bem menos. Por que não tentam encontrar a essência do que poderia ser um típico boteco porto-alegrense, ao invés de ficar tentando imitar o estilo dos outros? Não vão chegar perto nunca. Era preciso estar a bem menos quilômetros do litoral, era preciso muito mais simpatia, muito mais chiado e empadas de camarão com catupiry, sem falar na carta de cachaças, que ninguém ainda pensou em oferecer. Me parece tudo tão falso, tão forçado, tão mal copiado, que dá um desânimo.
Mas enfim, nem tudo é tragédia. O Natalício, que fica na divisa entre o Centro e a Cidade Baixa, até consegue impor uma certa autenticidade. Ali toma-se um ótimo chopp a bom preço e come-se petiscos dignos dos bons bares cariocas. Ontem me arrisquei num pedido inusitado: uma coxinha de galinha, sem igual em Porto Alegre, segundo eles. E estão certos. Enorme, sequinha, a massa tipo "risólis do Limuta" (é preciso ser guaibense e ter mais de 30 anos pra entender), bom mesmo. O escondidinho é outra excelente pedida, e o sanduíche de filé com gorgonzola também. O segredo é mostrar desde o início quem manda: diga ao garçom que ele só deve servir um novo chopp quando você pedir. Aí é só curtir.
O que decepcionou mesmo foi o tal Dona Neusa, que ocupa a casa onde por tantos anos funcionou o Cult (que se mudou para o Moinhos). No pouco tempo que ficamos lá, quiseram nos enfiar um chopp com 2/3 de colarinho (sem colarinho não dá, mas só espuma também não, né?), acharam ruim quando pedimos para trocar e já vieram nos empurrando chopp quando não tínhamos terminado os nossos. Lá dentro estava rolando um samba ao vivo, mas para entrar era preciso passar por um detector de metais. Isso às 5 da tarde. Pode? Nem no Rio, a terra do tráfico de drogas e de armas, das favelas e das balas perdidas, existe isso. Deprimente. Possivelmente daremos uma nova chance ao Dona Neusa, talvez à noite, quando parece mais propício a uma badalação. Mas a primeira impressão foi péssima.
25 de nov. de 2008
a decadência de um ator e de uma revista
E o mais incrível: hoje fui na manicure e, como de praxe, me deleitei com a última edição da revista Quem. A capa era a respeito do mesmíssimo assunto: Fábio Assunção e sua via-crúcis para se livrar das drogas. Mas não é que... a matéria era infinitamente melhor que a da Veja? Siiim, a Veja conseguiu se sair pior que uma revista de fofoca, com o mérito de esta ser assumidamente de fofoca, sem pretensões sociopolítico-econômicas.
Até onde vai esta nossa célebre publicação? Poderia ela se igualar ao que de pior existe no lucrativo segmento da imprensa marrom? Sim, porque não há outra explicação a não ser essa, o lucro. Afinal, assim como eu, quem resiste à tentação se saber por que o Fábio Assunção deixou o elenco de Negócio da China?
Well, dessa história toda, só posso lamentar uma coisa, além da decadência da Veja. O Fábio Assunção deveria estar interpretando o Dodi, que acabou nas mãos do Murilo Benício em A Favorita, a qual, eu admito, assisto quase todos os dias. Eu sempre quis ver o Fábio fazendo outro vilão depois do memorável Renato Mendes de Celebridade. Mas a alta cúpula da Globo, sabendo dos problemas do rapaz, não quis correr o risco de colocá-lo no horário nobre. Terminou fazendo par romântico com a Grazi na novela das seis. Putz! Só podia se afundar mesmo!
Vou ficar torcendo para que tudo dê certo com o Fábio Assunção e que logo a gente possa ter aqueles belos olhos azuis nas novelas globais, e de preferência como um adorável vilão!
16 de nov. de 2008
restaurantes favoritos (parte V): Baumbach Ratskeller
Começamos a ir mais vezes no Baumbach depois que eles adotaram o prato soft. A idéia, que vem ganhando outros adeptos na cidade, é simples: uma versão menor dos pratos individuais para os menos esfomeados. A questão é que os pratos que, supostamente, são para uma pessoa, servem duas tranqüilamente. Quando não dá pra dividir, o resultado é desperdício de comida e conta astronômica. O prato soft acabou com esse problema. Os mais gulosos podem achar que não vai ser suficiente, mas eu aconselho experimentar. O preço é 1/3 menor e a porção é o que eu chamaria de normal, pois a individual "tradicional" é que é exagerada.
Descoberto o prato soft, o Baumbach entrou para o nosso top 10. É um lugar legal para ir quando se quer fazer um programa mais sóbrio (mas não sem álcool, claro). Não espere um lugar cool, descolado: o Baumbach é caretíssimo, a começar pela decoração, toda em madeira escura e com imensas e realistas telas retratando diferentes tipos de flores. É freqüentado por pessoas mais velhas, casais maduros com filhos criados. É comum que grupos de amigos dessa faixa etária se encontrem lá, em mesas de 8, 10 pessoas.
Assim, para curtir o Baumbach, o objetivo tem que ser passar bem. Ontem, estávamos com esse espírito. Queríamos simplesmente um bom lugar para jantar. Ajudou na escolha o fato de que a única bebida que estava me apetecendo era a cerveja de trigo da Eisenbahn. Lá tem, sempre geladíssima, servida em um copo lindo e de um jeito todo especial, que deixa uma espuminha cremosa.
Para comer, decidi inovar. Lá eu já tinha comido peixes, filés, massas, vitelas... ontem arrisquei e pedi uma marreca ao molho de laranja. Nunca tinha comido marreca. Não me arrependi, estava uma delícia. Mas, da próxima, acho que vou voltar a apostar nos peixes, que são o melhor da casa, na minha modesta opinião. O Fredo, mais conservador, pediu a tradicional salsicha bock com chucrute e salada de batata. Como (quase) sempre, dispensamos a sobremesa, até porque, antes do jantar, detonamos o ótimo couvert. Com tanta comida, sem chance para a sobremesa.
É isso: se a idéia for um excelente jantar, invista no Baumbach Ratskeller sem medo.
15 de nov. de 2008
valsa para uma noite
Ontem passou na TV a continuação, feita nove anos depois, chamada "Antes do Pôr-do-sol". Assisti à revelia do Fredo, que não estava nem um pouco interessado no blábláblá do casal. Ainda bem, caso contrário não teríamos visto a cena em que Cèline, personagem de Julie Delpy, canta "A Waltz for a Night" para Jesse, de Ethan Hawke.
Só essa cena já justifica o filme, que, aliás, me pareceu tão bom ou melhor que o primeiro, com uma interpretação tocante de Julie (nem tanto do Ethan, mas nada que comprometa). A letra da valsa fala do dia que eles passaram juntos em Antes do Amanhecer. De arrepiar.
28 de out. de 2008
quando um livro é bom (Travessuras da Menina Má)
Quando leio um livro bom, me dá uma felicidade... acho que falei coisa parecida em outro post. É que não posso me furtar de comentar sobre o último livro que devorei, digo, li. A Americanas.com me entregou em tempo recorde os três títulos encomendados - um deles, sobre lendas da mitologia grega, foi de presente para meu sobrinho de 9 anos, a pedido dele. Não é um fofo? - e eu peguei para ler na mesma hora Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa. Há tempos queria ler algo deste peruano, que eu vim a descobrir, lendo a orelha do livro, que chegou a ser candidato a presidente de seu país. Perdeu para o tirano Fujimori. Daí dá pra entender as críticas que permeiam a narrativa de "Travessuras ".
Não vou fazer um resumo do que li - há críticas e resenhas aos montes na web -, mas ao desafortunado que ainda não teve a oportunidade de conhecer a história da menina má e do bom menino, quero apenas deixar aqui a minha mais entusiasmada recomendação. É uma jóia rara. Provoca no leitor uma verdadeira catarse, é possível sentir as emoções dos personagens, de tão reais e humanos que são. Uma história de amor às avessas que daria um filme daqueles. Aliás, não posso acreditar que ninguém tenha pensado nisso ainda. Por via das dúvidas, melhor ler antes que Hollywood estrague a surpresa.
Comprei Travessuras da Menina Má influenciada por um título delicioso e por um escritor renomado de quem nunca tinha lido nada. Decisão impulsiva, porém acertadíssima. Estava mesmo precisando de um aperitivo pra me abrir a fome. Às vésperas da Feira do Livro de Porto Alegre, estou louca pra devorar tudo o que vier pela frente.
26 de out. de 2008
bodas de madeira
Nosso casamento foi super simples. Bonito, quase singelo. Escolhemos um espaço para festas na rua Dona Laura e ali tudo se deu. Não esbanjamos, só o essencial. Não teve igreja, mas teve uma benção dos meus pais, aproveitando o fato de eles serem católicos praticantes e minha mãe, uma ex-freira. Compareceram cerca de 80 pessoas, ou quase a totalidade de convidados. Os padrinhos foram nossos amigos mais queridos e próximos. As músicas foram selecionadas a dedo. Por meses nos dedicamos a vasculhar nossos CDs (em uma era pré-eMule) e a escolher o que o DJ do lugar - nada confiável - iria tocar. Isso deu um toque superpessoal à festa, muita gente percebeu que aquelas músicas não estavam tocando à toa. Na entrada dos padrinhos, a trilha foi In My Life, dos Beatles. Na entrada da noiva, Wave, na voz de João Gilberto. A valsa, nada ortodoxa, foi Te Solté la Rienda, na interpretação dos mexicanos do Maná. Na hora do brinde, foi a vez de Gracias a La Vida, cantada por Elis Regina. Arrepios...
Estávamos muito felizes. Reunir familiares e amigos para festejar nossa união deixou-nos extasiados. Acho que, se fosse casar hoje, faria muitas coisas de maneira diferente, principalmente a escolha dos fornecedores, pois nem tudo me agradou. Ou, provavelmente, nem casasse. Colocaria uma aliança na mão esquerda e pronto. Mas, aos 25 anos (a idade que eu tinha quando resolvemos casar; o casório foi 11 dias depois do meu aniversário de 26), não conseguia conviver com a idéia de nunca passar por esse rito de passagem, apesar de jamais ter sido o grande sonho da minha vida. Mas, naquele momento, achei que valeria a pena. Ainda bem que pensei assim.
Pena que não deu pra comemorar direito nossas bodas de madeira. Foi um final de semana chuvoso e eu ainda estou um tanto convalescente. Acho que ano que vem, em nossas "bodas de perfume", daremos uma festa. Quem sabe? De novo, é claro, com músicas escolhidas a dedo.
11 de out. de 2008
evidências físicas
A facilidade que eu tinha de emagrecer já não é mais a mesma. A pele - sempre tão boa! - está diferente. Umas manchinhas começam a aparecer, ruguinhas também. As pálpebras já estão meio caídas (minha dermatologista disse que é uma predisposição genética e que botox resolve. Aff...). As gorduras localizadas se instalaram com usucapião. As articulações insistem em dar o ar da sua graça (antes eu nem lembrava que tinha joelhos!). Até mesmo o sono - eu, a dorminhoca-mor - mudou, as costas começam a doer depois de 10 horas na cama e acordar às 7 horas nem é tão difícil assim.
E o corpo? Ah, o corpitcho... esse que sempre foi meu grande trunfo, o responsável por minha auto-estima, um dos poucos aspectos físicos em que Deus (ou a genética?), caprichosamente, me favoreceu... tem prazo de validade e dá os primeiros sinais de que vai me deixar na mão. Tudo o que antes eu me orgulhava de não ter - ou de ter pouco - culote, celulite, flancos... tudo começa a aparecer por aqui.
Ginástica, dieta, creme hidratante, esfoliante, drenagem linfática... tudo paliativo. É como eu disse num post no dia 10 de abril: "Faça dieta o resto da vida se não quiser engordar. Caso contrário, você engordará. Faça ginástica o resto da vida para não despencar tudo. Caso contrário, tudo despencará. E conforme-se, pois, mesmo fazendo tudo isso, você pode até não engordar, mas um dia, tudo despencará." É bem assim.
Daí a gente chega num outro assunto: as intervenções cirúrgicas para fins estéticos. Nunca fui contra, e nem poderia, afinal, corrigi as orelhas de abano com apenas 14 anos. Me incomodavam, fui lá e mudei. Por que iria me conformar com uma brincadeira de mau gosto da genética? Minhas orelhas são naturais agora, antes é que eram erradas. O mesmo vale para outros tipos de correção. Com bom senso, sem exageros, na idade certa, acho totalmente válido.
É por isso que decidi adiar mais um pouquinho o inevitável. Enquanto for considerada jovem, quero parecer jovem, não apenas ser. Depois que eu não for mais jovem... sei lá, mais tarde eu vejo. Pra essas coisas a gente tem que ser meio imediatista. Se mal estou dando conta dos 31, que dirá do que vem depois.
8 de out. de 2008
de repente 31
Semana que vem é meu aniversário. 31. A cada ano que passa eu detesto mais essa data. Começou quando eu tinha uns 24, 25. Já naquela época eu sentia a pressão de estar chegando perto dos 30. Agora que estou mais perto deles do que nunca (ops! estou passando por eles!), constato que o tempo é inexorável, implacável e totalmente indiferente ao meu sofrimento. Um sofrer acanhado, é verdade. Nada que me faça chorar, me escabelar. Mas é um sofrimento que sempre me pega de jeito. Em algum momento do dia eu lembro que o tempo não pára. Que eu já não sou mais uma guria. Que sou indubitavelmente adulta, tão adulta que já tenho idade para ser mãe, comprar carro, financiar apartamento, aplicar botox.
Vivo um estranho paradoxo entre a menina e a mulher. Às vezes sou uma, às vezes outra. O fato é que não me agrada essa idéia de ser adulta, mulher, senhora, tia. Parece que, internamente, essa transição está acontecendo só agora, tardiamente, eu diria. É uma ambigüidade que me acompanha o tempo todo, está presente nas coisas que falo, penso e faço. E sinto.
Uma das razões é que eu não fiz muita coisa que normalmente se faz antes dos 30. Não cruzei o Atlântico, não fui garçonete num pub inglês, não morei sozinha, não fui a Porto Seguro (ufa!) ou a Bariloche com a turma do colégio, não tomei bala em rave. Por outro lado, sou nova para ter feito certas coisas que já fiz. Dos 20 aos 30 eu me formei, abri duas empresas, fiz uma pós, fui presidente de entidade empresarial, casei, parei de fumar... Alguns dirão que é típico da idade: nem tão jovem a ponto de não ter um passado, uma história, mas com muita vida pela frente. Nem 8 nem 80. 31.
Uma outra nuance desse negócio de passar dos 30 são as evidências físicas. Mas isso eu vou guardar pra falar num próximo post. Espero que esses momentos de reflexão me ajudem a enfrentar mais um aniversário!
4 de out. de 2008
shows da minha vida
Tudo começou com shows dos Menudos e do Dominó, mas graças a Deus as pessoas crescem, evoluem e finalmente conseguem discernir entre o bom e o ruim. E apesar de alguns tropeços nesses meus quase 31 anos de vida, só tenho boas histórias para contar. Tentei colocar numa ordem cronológica, mas foi impossível. Tem alguns que eu nem lembro quando foram. Procurei não deixar nada de fora, mas é claro que não incluí os shows de bandas cover que assisti nas festas do clube Itapuí, no Opinião e nos bares da vida. Vamos a ela:
Cascavelletes: com apenas 12 anos conferi a performance da lendária banda gaúcha cantando os hits “Menstruada” e “Nega Bombom”. Foi no clube da Riocell, em Guaíba, e foi a primeira vez que saí sozinha de noite!!! Nossa, que precoce...
Rosa Tatooada: pode? Foi também no clube da Riocell e só lembro que o cara da banda abaixou as calças e mostrou a bunda pro público. Nojento. Nem merecia estar na lista, mas já que a intenção é relembrar, vamos agüentar também os maus momentos.
Gabriel O Pensador: devia ter uns 16 anos e fui sozinha! Descolei o ingresso de graça com a mulher do dono do Opinião, que dava aula em Guaíba na época. Eu adorava o cara e aquelas músicas que, de certa forma, traduziam as coisas que eu pensava.
Jorge Benjor: em Passo Fundo, com a Fê e a Michele. Acho que isso foi em 1994 ou 1995... certamente éramos menores. E aprontamos todas nessa viagem!
Legião Urbana: show antológico de 1994 em uma das maiores lotações da história do Gigantinho. O Sandro foi meu parceiro na empreitada. Quase fui esmagada e um cara mijou na minha perna, mas nossa, como valeu a pena!
Fernanda Abreu: na primeira edição do Planeta Atlântida, em 1996. Óbvio que foi a primeira e a última vez que fui ao evento. Detalhe: passei mal e desmaiei no meio do show da mulher. Mas acho que a culpa não foi dela. Depois a vi novamente no Opinião.
Lulu Santos: mais um momento de fraqueza... eu até curto o Lulu, mas daí a ir num show... e no Gigantinho! Acho que foi em 1996 e não curti muito.
Planet Hemp: também no Opinião, com ingresso descolado na rádio Ipanema, onde eu fazia estágio na época, ali por 1998. Mas não agüentei o peso do som e nem os teens maluquetes da platéia (e olha que eu tinha só 21 anos) e fui embora antes da metade do show.
IRA!: fui ao show do disco Isso é Amor, que eu adoro. Foi no Opinião, com a companhia de Fredo, Isadora e Fi. Ainda bem que eu fui, porque infelizmente o Ira! acabou.
Papas da Língua: o Fredo jura que nós fomos a um show deles no Salão de Atos da UFRGS. Eu não lembro!
Hard Working Band: esse eu lembro e foi demais. No Salão de Atos da UFRGS lotadíssimo. Mais uma boa banda gaúcha que se acabou.
Nei Lisboa: perdi as contas de quantos shows do Nei eu fui. Acho que uns cinco. Três só no Theatro São Pedro. Destaque para o show do disco Hi-Fi, que eu adoro.
Djavan: já gostei demais de Djavan, hoje não sou mais tão entusiasmada. Mas valeu vê-lo ao vivo no Teatro do SESI.
Luiz Melodia: esse negão é algo. Foram dois shows, no SESI – só sucessos, o máximo – e esse ano no Bourbon Country, do disco Estação Melodia, só de sambas antigos. Muito, muito bom.
Titãs: assisti duas vezes, a primeira naquele Planeta Atlântida de 1996, e confesso que nem lembro direito (deve ter sido depois do desmaio). A segunda vez foi num ótimo show do disco acústico, no Teatro do SESI.
Rita Lee: só vi a rainha do rock uma vez, naquele primeiro e único Planeta Atlântida. Não lembro muita coisa, mas uma eu jamais esquecerei: da mulher nua que desfilou no palco enquanto a Rita cantava Miss Brasil 2000. Aquilo chocou, ninguém esperava. Muito tempo depois eu descobri que a primeira Miss Brasil 2000 foi a Adriana Calcanhotto, num show da Rita no Gigantinho. Pode?
Eric Clapton: no Olímpico. Foi uma droga. Assim como a Martha Medeiros, fiquei lá longe e não me conectei com o cara. Dinheiro posto fora.
Maria Rita: linda, maravilhosa, rainha. O show, no Teatro do SESI, foi impecável. Era o lançamento do primeiro disco, Maria Rita, em 2005.
Lenine: eu e a Dani compramos ingresso para o mezanino do Teatro do SESI, mas o show não lotou. Tivemos a sorte de encontrar uma amiga minha que era assessora de imprensa da TIM, que promovia o show. Ela ficou com peninha e nos colocou na platéia baixa, bem pertinho do pernambucano arretado!
Gilberto Gil: vi o ex-ministro pela primeira vez num show no Salão de Atos da UFRGS do disco Quanta, talvez o mais difícil de digerir de toda a carreira dele. E assim foi o show. Mas o do Kaya N’ Gan Daya, em que ele canta músicas do Bob Marley, foi ótimo! E acreditem, foi no Araújo Vianna!
Marisa Monte: fui a três shows da Marisa, dos discos Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão, Barulinho Bom e Memórias, Crônicas e Declarações de Amor. Eu a amava muito, hoje nem tanto, mas enfim, é Marisa Monte, não é?
Chico Buarque (As Cidades e Carioca): foram dois shows inesquecíveis do meu maior ídolo. O primeiro, em 1999, eu só consegui ingressos para a última fila do mezanino do Teatro do SESI. Ou seja, vi o Chico a uma distancia de mais ou menos... 1 km, talvez mais. O segundo, em 2007, assisti da platéia alta do mesmo teatro e foi tudo, tudo de bom.
Paralamas do Sucesso: no Rio de Janeiro, com o Romualdo e a Ciça, assistimos ao primeiro show do Paralamas depois do acidente do Herbert Vianna. Foi no Credicard Hall.
Theddy Correa: cantando Lupicínio Rodrigues no Theatro São Pedro. Escolhi esse show para comemorar nosso aniversário de dois anos de casamento. Foi bonito, mas me chamou a atenção os vários erros cometidos por Theddy. Acho que ele não tinha ensaiado direito.
Seu Jorge: adoro esse negão, mas o show não foi muito legal. Era a primeira vez que eu pisava no Teatro do Bourbon Country, em 2007, e por muito tempo eu culpei o próprio teatro pelo fracasso do show, porque o som era alto demais. Mas hoje eu acho que o problema foi o show mesmo, era a estréia da turnê e eles não estavam entrosados.
Ney Matogrosso: o show Inclassificáveis foi o presente da RBS para convidados VIPs em 2007. Como presidente da AJE, lá estava eu, lépida e fagueira. S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!
Karine Cunha: minha professora de canto merece e muito estar nessa lista. Fui a dois shows do disco Epahei!, no Teatro do SESC e no Teatro Novo do DC. Linda e talentosa!
Quarteto em Cy: as quatro baianas que fizeram história na MPB estiveram em Porto Alegre em 2008. É claro que eu estava lá.
Fernanda Takai: show do disco Onde Brilhem Os Olhos Seus, primeiro trabalho solo dela. Foi esse ano no Bourbon Country. Fofa!
Adriana Calcanhotto: show com gostinho de vitória. Consegui entrar na lista de convidados da própria Adriana depois de não conseguir ingresso pelas vias normais dos espetáculos do Porto Alegre em Cena. E não é só porque eu queria muito assisti-la. Foi simplesmente indescritível. Adri é minha deusa.
Madonna: tô precisando incrementar a lista de shows internacionais ASAP! Isso vai começar logo mais, em dezembro, no show da Madonna em São Paulo!
20 de set. de 2008
maré de sorte
Logo no outro dia veio a resposta. Eu deveria ligar no dia 18 para uma outra pessoa que talvez pudesse me conceder dois convites. Fiquei empolgada pelo simples fato de ter recebido aquele e-mail, embora achasse difícil que alguma coisa saísse dali. Mas não ia deixar de tentar, é claro. Liguei no dia combinado e me pediram para ligar de novo no dia seguinte, pois ainda não era possível saber se haveria convites disponíveis. Quando liguei, pasmem: "ok Fernanda, vá lá hoje, me liga às oito e meia que eu digo pra você onde os convites vão estar". CARACA! Eu estava na lista de convidados da Adri. Um envelope com o meu nome e dois ingressos dentro me esperava. Primeira fila da platéia alta.
Não sei o que dizer do show. Apenas que está no meu Top Five. Que foi divino. Que Adriana Calcanhotto é um ser superior, não é desse mundo. É deusa. E também que ela cantou uma música do Guilherme Arantes. Ela também! Eu cantei Coisas do Brasil. Ela cantou Meu Mundo e Nada Mais. Nós duas cantamos Guilherme Arantes no mesmo dia. Temos, afinal, algo em comum.
Esse episódio só reforça alguns ditos populares, como "a esperança é a última que morre", "quem espera sempre alcança", "sou brasileiro e não desisto nunca". E me deu também um alento. Minha performance ontem no sarau deixou a desejar. Fiquei extremamente nervosa e as coisas não saíram tão bem quanto nos ensaios. Fiquei desapontada. Mas não vou desistir nem me deixar abater. Vou seguir em frente nas coisas que gosto. Mesmo que não importe pra mais ninguém. Mesmo que seja só pra mim.
A foto ali em cima é de Fernanda Chemale / Divulgação PMPA.
16 de set. de 2008
cantar pra quê?
E eu, aspirante a reles mortal que canta, estou ensaiando (menos desesperadamente do que na época do casamento da Fê e do Ricardo, é verdade) umas músicas para apresentar aos convidados. Serão 3,3 músicas, isso porque serão três inteiras e 1/3 de outra, já que dividirei os vocais com outras duas alunas.
Estou ansiosa, mas até que nem tanto. Acho que sempre esperei por um momento desses, de tanto que gosto de cantar. Chega uma hora que cansa ficar cantando só no chuveiro. Ainda mais depois de quase dois anos de aulas. A evolução é visível, ou audível. É claro que continuo sendo uma reles mortal, mas uma reles mortal afinadinha.
O fato é que cantar - bem ou mal - me faz bem. Hoje, ouvir minha própria voz me faz bem. Antes eu tinha vergonha, não cantava alto, não sabia se podia, se conseguiria. Agora não, sei que posso fazer uma porção de coisas. Ainda tenho os diabinhos que me acompanham, que me impedem de, às vezes, alcançar as notas que eu sei que alcanço, ou de sustentar uma nota por mais tempo, ou de ter ar suficiente pra cantar uma frase até o fim... mas aos poucos estou superando isso.
Aí eu (e muita gente que sabe que eu faço - e pago! - aulas de canto) me pergunto: pra quê? Não, não pretendo virar cantora. Too late. Não sei se essa pergunta tem resposta. É como tentar explicar porque eu tenho esse blog. Quem o lê? Não faço muita idéia. De vez em quando alguém comenta alguma coisa. Mas a audiência é bem pequena. Mais ou menos como cantar: minha platéia mais freqüente é o Fredo, que não tem pra onde fugir, e a minha professora. Nessa sexta-feira, mais algumas pessoas vão poder conferir esse "talento" que eu tento desenvolver.
Continua sem resposta... Pode ser só "porque eu gosto"? Acho que sim, né? É como escrever o blog. Adoro escrever. Eu trabalho escrevendo, só que pros outros. Aqui, eu escrevo pra mim, é um exercício. Lidos ou não, esses textos retratam meus bons e maus momentos e registram coisas sobre mim, hoje e no futuro. E servem para melhorar meu português, meu vocabulário, minha escrita.
Cantar é um pouco assim. Hoje eu ouço música de outra forma, meu ouvido está muito mais seletivo. Estou musicalmente mais inteligente, não sou mais uma mera ouvinte. Me sinto mais próxima dos artistas que admiro, entendo-os melhor.
O próximo passo é aprender a tocar violão... mas pra quê? Ah, essa resposta é bem mais fácil: pra eu poder me acompanhar, ora! Pra não depender dos outros e poder cantar a qualquer hora, em qualquer lugar...
Humm, acho que arrumei mais uma atividade extra.
7 de set. de 2008
a tabela
O Fredo ultimamente anda hipnotizado pela tabela de classificação do campeonato brasileiro. É impressionante o fascínio que essa tabela exerce sobre ele. São horas olhando pra ela, seja na tela do computador, seja na TV. A casa fica toda silenciosa, nem um zumbido: é o Fredo analisando os números, fazendo cálculos, tentando prever quem sobe, quem desce... É ele e o Oswald de Souza.
Engraçado é que isso nunca tinha acontecido antes, que eu lembre. O Fredo é gremista, mas nunca foi fanático, raramente vai ao estádio e só em jogos mais importantes se abala até o boteco da esquina pra assistir, caso não esteja passando na TV. Mas tem uma explicação. É que os prognósticos são os melhores possíveis. O Grêmio é o primeiro da tabela há várias rodadas. E tem tido uma sorte incrível no resultado dos adversários. Ou seja (dá até medo pensar nisso), temos enormes chances de ser campeões em 2008.
Números fascinam quando são favoráveis.
5 de set. de 2008
24 de ago. de 2008
minhas pequenas mazelas
A semana foi tão ruim que até coisas sobre as quais eu não tenho o menor controle - como o resultado da final do vôlei masculino nas olimpíadas - parecem corroborar minha maré de ... (aquela palavrinha proibida).
Fazendo um retrospecto, tudo começou com o Fredo manchando de X14 meu edredon novinho, que eu comprei nas Americanas.com em 10 vezes sem juros. Ou seja, vou passar quase um ano pagando um edredon que, em seu primeiro mês de uso, já ostenta uma mancha que nem Vanish, lavanderia ou reza braba tirariam.
Depois foi a minha discussão com a empregada, que resultou no pedido de demissão dela. Ambas sabíamos que esse dia estava próximo, mas é claro que tinha que ser nessa semana fatídica! Agora preciso correr contra o tempo para arrumar logo uma substituta, e nem sei por onde começar.
Na quarta-feira, adivinhem, quase bati de carro. Um taxista entrou rachando num cruzamento cuja preferencial era minha. O erro foi tal que ele até parou e pediu desculpas. E meu susto foi tão grande que não consegui nem trabalhar direito aquele dia.
A saga continuou no sábado, quando o Fredo foi assaltado bem aqui na frente de casa e nosso carro foi levado pelos ladrões. Siiiiim, minhas mazelas não se resumem a pequenos incidentes domésticos. Poderia ter sido bem pior, é verdade, mas o Fredo mandou bem e finalmente pôde colocar em prática o que até então era só retórica: numa situação dessas, entregue tudo, não reaja nem discuta.
Foi o que ele fez, e deu certo. Três sujeitos - um deles armado - abordaram o Fredo e até tentaram levá-lo junto, mas ele saiu do carro rapidinho, deixou a chave na ignição e disse leva, leva, é de vocês. Polícia e seguro avisados, algumas horas depois o carro foi encontrado em uma vila. E agora vamos ter que enfrentar toda burocracia para liberá-lo.
Para coroar meu infortúnio, neste domingo abriu a venda de ingressos pro Porto Alegre em Cena e eu só fui lembrar disso no final da tarde. É óbvio que os três shows da Adriana Calcanhotto já estavam esgotados. O show que eu espero ansiosamente há tanto tempo vai acontecer e eu não estarei lá. Ai, essa doeu demais...
Mas não posso me deixar abater pela sucessão de fatos adversos! Como diz o ditado, depois da tempestade vem a bonança. Vou fazer um esforço pra encarar essa segunda-feira com otimismo e bom humor, pra ver se atrai coisas boas.
Mas por enquanto não acabou. Neste momento, o Grêmio está perdendo para o Náutico. O líder do Brasileiro e meu time do coração resolveu perder duas vezes essa semana, depois de várias partidas sem perder. Por que será? Hein?
17 de ago. de 2008
quem não gosta de samba...
...bom sujeito não é. Quem disse isso - e ainda botou numa música - só pode ser gênio, não é? Eu acho.
E o que dizer então destes outros versos:
Se fizer bom tempo amanhã
Se fizer bom tempo amanhã,
Eu vou...
Mas se por exemplo chover
Mas se por exemplo chover
Não vou...
Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
A saudar Iemanjá
O pescador tem dois amor
Um bem na terra, um bem no mar
O bem de terra é aquela que fica
Na beira da praia quando a gente sai
O bem de terra é aquela que chora
Mas faz que não chora quando a gente sai
O bem do mar é o mar, é o mar
Que carrega com a gente
Pra gente pescar
Uma vez, ouvi Chico Buarque dizer que as letras de Caymmi eram quase infantis... e são mesmo! São tão singelas, tão simples, tão coloquiais, tão... geniais.
Eu sabia que o dia da morte dele estava próximo, afinal, ele tinha 94 anos e estava bem doente. O dia chegou, foi ontem. E mais uma vez uma enorme coincidência, talvez até maior que aquela da Dercy... hoje nós íamos a um show do Danilo Caymmi, filho dele, lá no Santander Cultural. Pode? Óbvio que o show foi cancelado.
E há uma semana corrigi meu pai porque ele disse que Caymmi já tinha morrido, e eu bem braba falei que não, que ele estava bem vivinho.
E o post do Quarteto em Cy, onde eu escrevi sobre "estar mais perto de quem já se foi", me referindo a Vinicius e, de certa forma, a Caymmi?
Que coisa, né?
Seja lá o que for tudo isso... só sei que fiquei muito triste com a morte desse baiano porreta que, graças a Deus, deixa pra gente um legado inestimável.
Descansa em paz, Caymmi, e ilumina o céu com teus versos.
9 de ago. de 2008
a balada que não é a minha
Ontem, impulsivamente, aceitei o convite da minha amiga Fê pra ir a uma boate, a tal República de Madras. Eu estava mesmo a fim de fazer algo diferente nesse final de semana, daí ela me ligou, achei que veio bem a calhar, consegui convencer (ou obrigar) o Fredo a ir... e fomos.
Não sei porque ainda insisto. Não adianta, eu até teria curtido uns anos atrás, mas pensando bem, esse tipo de balada nunca foi a minha praia. Não gosto de música eletrônica, não entendo a lógica de ficar pulando ao som de tunt tunt, de as pessoas ficarem horas em pé e não poderem se sentar porque não há sequer um banquinho de bar disponível... pois não há bancos no bar.
Ok, estou ficando velha, eu sei. Acho que comecei a ficar velha faz tempo, desde que descobri do que realmente gosto. Eu gosto mesmo é de estar em um lugar confortável, de só me levantar quando - e se - quiser, para dançar ou para conversar com alguém, bebendo chopp, cerveja ou vinho e, claro, ouvindo estilos musicais como samba, MPB, rock 'n roll...
Também, como é que alguém que gosta de Chico, Tom, Cartola, Caymmi, Vinicius, Lupicinio, Beatles... como uma pessoa que vai ao show do Quarteto em Cy, do Luiz Melodia (dia 26) e do Danilo Caymmi (domingo que vem!), vai curtir balada e música eletrônica? Eu devia ter nascido na década de 50, devia ter sido jovem nos anos 60. Assim, quem sabe, não me sentiria um peixe fora d'água fazendo algo que devia ser natural pra minha idade.
Ah, mas azar, né? Sou muito mais o meu gosto do que o deles. Egoisticamente, acho que quem sabe o que é bom sou eu.
E outra: fazendo uma análise antropológica da coisa, o lugar que, dizem, é o melhor para dançar em Porto Alegre, consegue reunir em uma noite de sexta-feira umas pessoas (desculpem a sinceridade) feias, mal arrumadas e que quase não consomem (ó a empresária falando). A faixa etária - 20 a 25 anos - é de quem está na faculdade e, portanto, ainda não tem grana. O ingresso é 20 a 30 reais por pessoa, mortinho. O resultado disso é um bando de gente careta e dura que só está ali pra dançar e caçar (ou seria "pegar"?).
Tão cedo eu não entro num lugar desses de novo. Fiquei é louca pra ir ao Bar do Nito, e mais ainda pra ouvir minhas músicas de mil novecentos e antigamente. Essa é a balada que eu gosto.
31 de jul. de 2008
quarteto em cy: pelos outros e por mim
Tem coisas que a gente faz mais pelos outros do que pela gente. O altruísmo, essa qualidade tão bonita, vale mesmo quando o beneficiado duvida que a boa ação seja realmente boa. No caso, o beneficiado era meu pai, a quem quase precisei levar a força ao show do Quarteto em Cy. Sim, o grupo vocal formado por quatro baianas já bem passadinhas, mas que continuam escrevendo, com muito mérito, a história da música brasileira.
Ultimamente eu tenho tentado incluir meus velhos em programas como este. É que agora eles moram em Porto Alegre - depois de terem passado pelo purgatório, digo (ops!), por Guaíba e Tramandaí. Durante o pouco tempo em que morei com eles aqui em Poa, eu era recém-saída dos 18 anos e a última coisa que pensava em fazer era qualquer coisa com meus pais. Hoje, isso é um prazer.
Desde que soube que o Quarteto em Cy ia se apresentar em Porto Alegre, eu botei na cabeça que meu pai tinha que ir. O problema era convencê-lo disso. Ele adora falar que vai fazer e acontecer, mas, na hora H, acaba ficando em casa.
(Parênteses: foi com meu pai que aprendi a gostar de música. Não que ele seja grande entendido no assunto (hoje em dia, a gente até "briga" por diferenças gritantes de gosto). Mas foi com ele que eu ouvi pela primeira vez Lupicínio Rodrigues e Beatles, e acho que é por causa dele que eu tenho esse gosto musical tão anacrônico para alguém que nasceu em 1977.)
Eu estava certa: ele amou o show. Não só ele, claro. Apesar de ser evidente que as "meninas" já não cantam como outrora - ainda mais depois de ter sido alertada disto por quem entende do assunto -, foi uma experiência única.
O repertório era Vinicus e Caymmi. Poderia ser melhor? Curti cada música e fiquei pensando quando e se um dia eu ouviria aquelas músicas cantadas ao vivo por pessoas que conviveram com esses gênios. Nada a ver com mediunidade (depois daquela da Dercy, sei lá...), mas me senti mais perto de Vinicus assistindo a este show. E do Caymmi também, que do alto de seus noventa e poucos anos, dificilmente fará um show novamente. E me pus a pensar: quão perto é possível chegar de alguém que já se foi? Acho que descobri uma maneira.
Mas o melhor de tudo foi ver meu pai aplaudindo cada música, fazendo comentários de "sensacional"... Eita... Vai ver ele sentia isso quando me levava pra ver qualquer coisa quando eu era criança. Circo, cinema, sei lá. As coisas vão se invertendo com o tempo.
22 de jul. de 2008
o bloco, a dercy e os videntes
Eu passei um momento muito legal bem pertinho da Dercy Gonçalves. Ela era a homenageada do Bloco da Galinha do Meio no carnaval de 2007 e vinha saracoteando em cima do caminhão com pinta de trio elétrico. E eu, contagiada pelas marchinhas, pelas várias cervejas e pelo pique da velhinha, pulei com vontade nas ruas de Ipanema.
Foi um dos momentos mais divertidos de uma das melhores férias da minha vida. A cena era surreal: a Dercy ali, sambando, hora em pé, hora sentada, e visivelmente feliz. Já eu, pra lá de bagdá, ao som de Alá Meu Bom Alá, aproveitei horrores. A foto não me deixa mentir. Estão vendo Dercy ao fundo?
Videntes, nós?
Não vou nem contar em detalhes a conversa que o Fredo e eu tivemos horas antes de ela passar dessa pra melhor. Mas resumindo, a gente comentou quando será que a Dercy ia morrer, que ela parecia eterna e que seria engraçado ver o William Bonner anunciar no Jornal Nacional que, "aos 115 anos, morre Dercy Gonçalves".
Bom, ela não morreu aos 115 anos e não foi o Bonner quem deu a notícia, mas ela se foi na tarde daquele sábado. Uuuuiii... Não quero nem pensar no que isso significa.
Descansa em paz, Dercy!
14 de jul. de 2008
memórias (parte I): piadas
Tem umas coisas da infância da gente que, definitivamente, podiam desaparecer da nossa memória. Mas são justamente essas que ficam. E não é que minha seletiva memória me obriga a guardar duas situações relacionadas a piadas? Uma delas foi altamente constragedora. Bom, as duas foram.
Eu devia ter uns 6 ou 7 anos e me caiu nas mãos um livro de piadas. Meus padrinhos estavam passando uns dias lá em casa, e o meu padrinho tinha fama de bom piadista. Acho que o livro era dele. E eu, considerada uma criança extrovertida, esperta e engraçada, fui encorajada pelos (malditos!) adultos a escolher uma piada qualquer no tal livro e ler em voz alta para toda a família.
Jamais confie no uni-duni-tê. Eu caí numa piada que, além de longa (devia ter umas 5 páginas), era praticamente pornográfica. Falava de uma velhinha que, depois de décadas fazendo amor com o marido, descobriu que se colocasse um travesseiro embaixo da bunda, ficava mais gostoso. Nada demais, se eu não tivesse 7 anos. Sem entender lhufas, eu comecei a ler a piada bem alto. Os adultos quiseram enfiar a cabeça num buraco. O horror foi tal que eles me mandaram parar no meio. Não sei exatamente o que aconteceu depois, mas acho que eles aprenderam a nunca mais pedir para criança ler piada de sacanagem.
Na segunda situação, eu tinha mais ou menos a mesma idade e fui fazer uma daquelas charadas que vinham no papel do chiclé (será que ainda existe chiclé? Com charada, duvido). A pergunta completa eu não lembro, mas era daquelas "qual a semelhança entre isso e aquilo"? O problema era que, até então, eu só conhecia charadas de diferença, não de semelhança. E, como meu vocabulário na época não era lá muito vasto, eu simplesmente resolvi que semelhança e diferença eram sinônimos. Aí, é claro, ninguém matou a charada e quando eu li a resposta, queriam minha cabeça!
Acho que peguei trauma de piada depois dessas. Nunca me dei bem contando, já desisti faz tempo. E vamos combinar que, invariavelmente, quem conta piada é chato. Já viu alguém legal e naturalmente divertido adorar contar piada? Não existe. Abaixo os piadistas. E não incentive seu filho a ser um: ele pode se traumatizar para o resto da vida.
13 de jul. de 2008
só porque eu falei (pensei, escrevi)...
Mas estava lendo antes o blog da Julia Petit e confirmei. Parece que já estão até negociando. Ok, quem sou eu pra ser contra, né? Que venha mais Carrie e Mr. Big. Agora convenhamos: os roteiristas vão apelar pra quê? Mais uma separação dos dois? Sim, porque mostrar o casal feliz pra sempre não vende ingresso de cinema. Ai ai... só de pensar, já cansei.
6 de jul. de 2008
a lei da divergência
Não é segredo que eu adoro uma bebidinha. Então, em tese, eu seria contra a tal lei, certo? Em parte. Não dá pra negar que a intenção é louvável. Sempre me indignei com os bebuns que saem dirigindo por aí, ameaçando a si e aos outros. Especialmente com os playboyzinhos, que se acham imortais dirigindo seus carrões. E também com os "véio grosso" com seus chevetes e belinas caindo aos pedaços e poluindo o ar. Se a lei servir pra botar um corretivo nessa gente, então tá.
Mas o que assusta é o risco de ser parada por uma blitz ao voltar de um restaurante onde eu dividi uma garrafa de vinho com meu marido. Na minha opinião (e com a minha experiência), 375 ml de vinho é uma quantia inofensiva. Era preciso haver uma estatística (talvez haja, não sei) que mostrasse a quantidade média de álcool ingerida por pessoas que se envolveram em acidentes graves. O questionável da lei é isso: colocar no mesmo nível quem bebe além da conta de quem bebe socialmente. E olha que eu, vez ou outra, me encaixo no primeiro grupo.
Só não estou mais preocupada porque já tinha me adaptado à lei antes mesmo de ela existir. E por um motivo bem mais nobre do que medo de soprar o bafômetro: a gente gosta de viver. Não é raro Fredo e eu irmos de táxi a festas mais animadas. Também nunca pegamos a estrada depois de beber (tipo Guaíba-Porto Alegre, Tramandaí-Atlântida, enfim, esses trechos que o pessoal faz como se estivesse indo à esquina). Sabemos que é melhor não confiar em bêbado, mesmo sendo nós mesmos.
Acho que o assunto ainda vai dar muito pano pra manga. Especialistas dizem que a lei tem furos, que é inconstitucional, blábláblá. Tem aquilo de ninguém ser obrigado a produzir provas contra si mesmo - ou seja, você pode se negar a soprar o bafômetro. Também tem o metabolismo de cada pessoa, que varia conforme peso, altura, sexo. E o mais preocupante: nesses últimos dias, parece que a polícia está mais interessada em pegar bebum do que bandido.
E aí ficam as perguntas: a polícia e o judiciário estão prontos para atender a demanda? Deve um delegado deixar de resolver roubos, seqüestros e homicídios para se ocupar de um motorista que bebeu dois ou três chopes? A lei que existia antes já não impedia que gente podre de bêbada dirigisse? Então por que não era cumprida?
Ainda estou formando uma opinião a respeito.
30 de jun. de 2008
maria vai com as outras
Eu adoro grupos vocais, amo aquela combinação de vozes, as interpretações sempre tão criativas... Não dava pra não ir ao show das Marias, ainda mais sendo tão baratinho (doando 1 kg de alimento, míseros 10 reais). Foi no decadente Teatro Renascença, cheio de goteiras no sagüão e um cheirinho de mofo... Mas nada que comprometesse a performance das quatro cantoras e seus músicos, todos impecáveis, até onde meu parco conhecimento musical permite.
Aproveitei pra levar o pai e a mãe, que quase nunca fazem esse tipo de programa, e eles gostaram bastante. A prova de que o show foi bom é que o Fredo até bateu palmas no final. Nada demais se ele não abominasse aqueles momentos em que os cantores convidam a platéia para interagir, dançar, cantar, sabe?
No show, composições de Dona Ivone Lara (direto pro meu repertório), Ana Carolina, Tetê Espíndola, Ângela Rô Rô, Adriana Calcanhoto (inacreditável o que fizeram com Esquadros, uma das minhas preferidas), Marisa Monte e Chiquinha Gonzaga, entre outras menos conhecidas. Não por acaso (acho), todas compositoras mulheres. Ah, elas têm um blog: http://bandamariavaicomasoutras.blogspot.com.
O Ostermann tocou essa música da dona Ivone Lara durante a entrevista. Grudou no meu ouvido feito chiclete e me ajudou a decidir que valia a pena ir ao show. Salve dona Ivone Lara, salve Marias!
Alguém me Avisou
Foram me chamar
Eu estou aqui, o que é que há
Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho
Mas eu vim de lá pequenininho
Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho
Sempre fui obediente
Mas não pude resistir
Foi numa roda de samba
Que juntei-me aos bambas
Pra me distrair
Quando eu voltar na Bahia
Terei muito que contar
Ó padrinho não se zangue
Que eu nasci no samba
E não posso parar
Foram me chamar...
23 de jun. de 2008
ressaca carioca (agora com fotos)
Putz, tô mesmo na maior ressaca, o corpo pedindo uma noite bem dormida. Porque passar só o final de semana no Rio de Janeiro vale a pena, mas caaaansa! Cada minuto é precioso e dormir é a maior perda de tempo.
Praticantes do "botecoturismo" como somos (créditos: meu amigo Romualdo cunhou este termo no verão de 2003, durante nossas primeiras férias cariocas. A-DO-RO!), não deixamos por menos. Fomos a todos os nossos prediletos: Informal, Belmonte, Bracarense, Jobi, Conversa Fiada, Devassa. Em todos eles, nós - óbvio - bebemos e - nem tão óbvio - comemos. Empada de camarão, escondidinho, carne de sol desfiada com cebola, pizza... O resultado é uma sensação que mistura culpa e felicidade.
A noite de sexta foi na Lapa, do jeito que eu gosto: boteco, chope, cachacinhas e comidinhas, especialmente empadas, muitas empadas! De camarão com catupiry, claro. Tava um tumulto digno da mais movimentada noite da Cidade Baixa. Data esta que, certamente, não seria 20 de junho.
Na mesinha de calçada do Antonio's, na Lapa
No Rio, o primeiro dia do inverno veio abençoado pelo sol e por um calor de mais de 30 graus. Nosso sábado começou com o pitoresco passeio de bonde pelo bairro de Santa Teresa. No início deu medo, principalmente quando ele passou por cima dos arcos da Lapa. Falando sério: aquilo ali não respeita regras mínimas de segurança. Tem que fazer vista grossa mesmo e pensar que todos os dias milhares de pessoas andam no veículo, especialmente gringos, e se algum já tivesse morrido, teria dado no Jornal Nacional. Então não vai ser contigo que vai acontecer uma tragédia, né?Vai por mim, é melhor pensar assim e fazer o passeio. Daí é relaxar e se divertir com os moradores que andam dependurados no bonde. O bairro é uma graça, tem um quê de Pelourinho e de favela... até comprei uns trecos numa lojinha supercharmosa! E almoçamos na Adega do Pimenta, um simpático restaurante alemão.
Não era permitido fotografar esse armazém de
Santa... mas eu só descobri isso depois
E o domingo foi um delírio. Botecoturismo na sua mais profunda essência. Com direito a jogo do Grêmio (3x0 no Atlético-PR de pênalti!), afinal, não tinha nenhum time carioca jogando naquela hora e o garçom era legal. Por tudo isso, minha segunda-feira foi, digamos, quase inútil. Mas lavô, tá novo.
Entre as diversas excentricidades do Rio, quero destacar duas:
1) Em que lugar do Brasil tu escuta "uuuuuuh" ou “gooool!!!” durante um jogo entre Holanda e Rússia? No Rio. Foi engraçado ver os gringos torcendo por suas seleções na Eurocopa. E o Fredo até encontrou um alemão que trabalha no ramo de aço da ThyssenKrupp (torcendo pra Espanha, eu hein?). Colega!
2) Carioca estaciona na calçada como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Pedestre que se dane, ande na rua, perigando ser atropelado. Não gosto, acho o cúmulo da falta de civilidade. Calçada é feita pra andar! Só espero que essa moda não pegue.
19 de jun. de 2008
parabéns, Chico!
Estou indo aí te ver. Quem sabe não nos encontramos pelas ruas do Leblon nesse findi?
Muitos beijos de sua grande admiradora. Lóvia!
14 de jun. de 2008
uma ode ao amor... e à futilidade
Hoje matei a saudade indo ao cinema assistir a Sex and the City - O Filme. Nada menos do que o gran finale de uma história que acabou no momento errado. Não podia ter terminado ali, com tantas coisas a serem resolvidas. Como sobreviveríamos sem saber o que de fato aconteceria com Carrie e Mr. Big? Ok, ele foi atrás dela em Paris, e foi lindo, mas e aí? Daria certo?
Os críticos obviamente falaram mal do filme. O que eles precisam entender é que esse filme não foi feito para os críticos, mas para os fãs. Danem-se os críticos. E o roteiro nem é tão ruim quanto disseram. Who cares se Manolo Blahnik, Lois Vuitton e Vivienne Westwood são tão personagens quanto Carrie e Samantha? Não fosse assim, não seria Sex and the City.
Ok, eu admito: essa é uma opinião de fã. Portanto, carece de qualquer bom senso e critério. Se eu fosse isenta, criticaria o filme de cabo a rabo, diria que ele é raso como um pires e fútil como Paris Hilton. Mas não. Para uma saudosa fã, nada disso importa. Eu era uma sedenta consumidora que teve suas expectativas totalmente satisfeitas.
E vejam do que estamos falando: da insegurança de ter quarenta anos e ser burocraticamente pedida em casamento por um cara que já aprontou todas. Do estranho sentimento de quem sempre foi autêntica estar vivendo a vida de outro. Do medo de que alguma coisa estrague a felicidade extrema. Da dor de ser traída pelo homem amado. Histórias de qualquer mulher, certo? Releve o fato de elas viverem em Nova York em meio a sapatos e vestidos de grife.
Definitivo (espero sinceramente que não façam uma desnecessária seqüência), emocionante e... fútil. Sex and the City é uma ode ao direito que toda mulher tem de ser piegas, apaixonada e totalmente fútil.
13 de jun. de 2008
saudade dos livros e do rio de janeiro
Se o livro era emprestado, então... ler o livro dos outros é ótimo por um lado, mas, ao devolver (eu tenho essa mania de devolver), fico me sentindo meio órfã, com uma vontade louca de não me desfazer dele. Fico pensando se não é de comprar o livro só pra tê-lo por perto.
Os últimos que me arrebataram foram um generoso empréstimo da Mimi, ambos do Ruy Castro: 'O Anjo Pornográfico', a biografia do Nelson Rodrigues, e 'Ela é Carioca', a enciclopédia do bairro carioca de Ipanema. Além de ter ficado fã do Ruy, que tem um texto incrível, eu também virei fã do Nelson, esse cara que eu conhecia tão pouco, mas de quem agora me sinto íntima.
Ler 'Ela é Carioca' veio bem a calhar. É que eu vou para o Rio de Janeiro na semana que vem. Vou pro Rio!!! Isso merece muitos pontos de exclamação. Fizemos uma compra por impulso - quem resiste a uma promoção da Gol com trecho a 1 real?
Como agora eu me sinto mais íntima de Ipanema do que nunca, vou lá dar uma conferida nas coisas que aprendi com o Ruy Castro. Pena que muita coisa já não existe mais. Mas vou lá matar a saudade mesmo assim, do ontem e do hoje.
E em homenagem ao meu inesperado final de semana no Rio de Janeiro, um pouquinho do carioquíssimo e ipanemense Tom Jobim. Só porque eu vou pousar no Galeão. E porque estou, sim, morrendo de saudade.
Samba do Avião
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, teu mar, praias sem fim
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Aterrar
9 de jun. de 2008
que lambança
Merda feita, agora todos nós temos que agüentar a ladainha do deputado Busatto (já demitido) dizendo que estava se referindo ao loteamento de cargos nos órgãos públicos. Ou seja, os CCs financiam os grandes partidos "doando" parte dos seus salários. Ora, pois. O deputado resolveu implantar orelhas de burro e nariz de palhaço em toda a população. A explicação não convence nem o seu mais fiel eleitor.
Ele não disse nada que todos já não soubessem ou, no mínimo, desconfiassem. Mas enquanto não há provas - ou confissões - não há fatos, certo? Tem que ter uma operação da Polícia Federal, uma investigação. O que impressiona é a ingenuidade explícita, a confissão aberta a um inimigo - sim, o vice-governador sempre foi um inimigo do governo Yeda.
Incrível também é a autofagia do governo estadual. Eles estão se destruindo sem que a oposição mova um dedo sequer. Ao contrário do que normalmente acontece - a oposição procurando agulha em palheiro para condenar e difamar o governo a qualquer custo -, eles mesmos estão fornecendo subsídios para que sejam detonados pela bancada oposicionsita e pela sociedade.
Não louvo a atitude do vice-governador Feijó. Será que se sustenta como político depois dessa? Ele traiu um pacto velado que eu imagino existir neste meio, de simplesmente eles aceitarem a corrupção (e se beneficiarem dela). É assim mesmo que funciona, não é, deputado Busatto?
Tudo isso também é uma boa resposta (ou pergunta: viu? viu?) àqueles que votaram na Yeda para tirar o Olívio do segundo turno. Nunca um tiro saiu tão pela culatra como este. Ela nem devia ser nossa governadora, porque votaram nela sem querer elegê-la. Ô, culatra!
O que pode acontecer agora? Tem gente falando em impeachment, eu não iria tão longe. Espero, apenas, que o governo Yeda possa retornar ao trabalho e tocar em frente a gestão, porque o Rio Grande do Sul não pode parar. Independente de quem ocupe o Piratini.
5 de jun. de 2008
assistir ao Cirque du Soleil com tudo pago, literalmente, não tem preço
Eu já me considerava a maior das sortudas por ter ido ao show do Ney Matogrosso no ano passado, a convite da RBS, num Theatro São Pedro aberto somente para VIPs. Ontem minha sorte se confirmou, porque nem presidente de entidade eu sou mais, e mesmo assim Fredo e eu fomos lépidos e fagueiros assistir ao Cirque du Soleil, em uma apresentação exclusiva para nada menos que 2,5 mil convidados do mesmo conglomerado de comunicação. Sim, eu estava lá!
O Cirque du Soleil está em Porto Alegre há quase um mês e nem por um momento eu cogitei ir. Não que eu não goste dessas coisas, bem pelo contrário. Mas não compramos os ingressos com antecedência (tem gente que comprou há um ano) e depois o preço foi para as alturas. Assim, ignorei solenemente a estada do circo mais famoso do mundo na minha cidade.
Mas eis que surge, como por milagre, um inesperado convite em meu nome, com direito a acompanhante. Só tinha um problema: eu não era exatamente a convidada. Quem recebeu o convite foi a presidente da AJE-POA, cargo que desocupei há quase 6 meses. Mas o que fazer com aquele aviso de "pessoal e intransferível" em nome de Fernanda Vier?
Ora, não precisei pensar meia vez. O convite era do Ricardo - o presidente - e da Fê, meus amicíssimos. But... não custava nada perguntar se não era possível conseguir um convite a mais. Bingo! Mérito da Grazi, que com sua tradicional cara-de-pau (isso é um elogio!), em poucos minutos garantiu ingressos a todos. Eba!
É claro que o espetáculo foi ótimo. É tudo aquilo que falam mesmo, de deixar o vivente embasbacado. Continuo achando que eu não colocaria 400 reais ali, mas, com o Nelson bancando, isso virou mero detalhe. Não que não valha, mas avessa a supérfluos como sou, teria preferido esperar o show de algum dos meus cantores prediletos.
Talvez tenha sido meu último suspiro presidencial (será que eles vão atualizar o mailing?), mas como valeu a pena. Valeu ter trabalhado como uma moura pela AJE e, claro, pelas poucas - mas inesquecíveis - regalias.
1 de jun. de 2008
by the way...
Mas também, né. Desde a última quinta-feira o frio aportou por essas bandas indócil. E olha que faltam quase 3 semanas pro inverno! Não deu outra: acordei hoje malexa, com uma sensação desagradável de gripe. Acho que a saída de ontem à noite ao show da Karine ajudou a me deixar nesse estado, porque ficamos um tempo ao relento e o teatro não era dos mais quentes.
By the way, o show da minha profe foi nota 10. Minhas convidadas - mãe, Bel e mana - adoraram. Fiquei tão feliz. A Karine é um supertalento e merece ser reconhecida.
O bom é que agora eu tenho uma médica particular que dá consulta pelo messenger. Que ninguém do Cremers leia isso, mas a minha maninha mata a pau. Ela já sabia tudo de drogas (ok, medicamentos), porque quase se formou farmacêutica, mas agora que migrou para o sonhado curso de medicina, sabe tudo e mais um muito. E eu, diante da menor anormalidade fisiológica, discuto com ela os sintomas antes de tomar qualquer decisão.
Se já é ótimo ter uma estudante de medicina na família, imagina uma médica. Falta uns aninhos ainda, mas a gente espera, né, neném?
By the way, incrível a diferença entre minha irmã e eu neste aspecto. Então outro dia eu não fiquei com náuseas simplesmente por ler textos da área da saúde, por conta de um projeto da Doxxa em que tivemos que produzir conteúdo para o site de uma empresa do ramo? Sem falar em ambiente de hospital, conversas sobre doenças, papo de hipocondríaco, cheiro de remédio. Odeio muito tudo isso. Já minha irmã não sabe viver sem.
E o melhor é que até os professores do curso de medicina da PUC assistem! Ahan, mana told me. Pois não é que as investigações e os diagnósticos aparentemente malucos da série têm fundamentação científica? Nos EUA, um médico analisou cada episódio, constatou a veracidade e publicou tudo num livro. House subiu no meu conceito quando soube disso.
Bueno, era isso. Se o analgésico que eu acabei de tomar não me derrubar antes, vou assistir agora a Desperate Housewives, minha outra paixão televisiva. Até a próxima.
31 de mai. de 2008
mais ceumar
Na aula de canto da semana passada, cantei uma música dela pela primeira vez: O Seu Olhar. Não foi muito fácil não. O problema é que a referência que eu tenho, obviamente, é a voz dela, a interpretação dela, e nem que eu nasça de novo mil vezes eu vou conseguir cantar como Ceumar.
Na próxima semana vou cantar "Lá", uma música superzen, como disse a Karine. Tentei cantar uma vez na última aula, mas foi um desastre. Preciso entender melhor a música, ouvir mais a melodia. E dar um jeito de enfiar mais ar nos meus pulmões!
No site da Ceumar, ela comenta a canção: "do cantor e compositor baiano Péri, a música conduz a uma busca pessoal de paz, espiritualidade, encontro. LÁ é mesmo dentro da gente...". Olha só que mimo de letra:
Lá onde o sol descansa
Amarra sua luz no vento que balança
No veio do horizonte o meio que arredonda
Um caminho de paz
Lá onde a dor não vinga
Nem mesmo a solidão extensa da restinga
Até aonde a vista alcança é alegria
Um mundo de paz
Lá onde os pés fincaram alma
Lá onde os deuses quiseram morar
Lá o desejo lá nossa casa lá
Lá onde não se perde
A calma, o silêncio nada se parece
Nem ouro, nem cobiça, nem religião
Um templo de paz
Lá onde o fim termina
Descontinua o tempo o tempo que ainda
Herança que deixamos do nosso lugar
Um canto de paz
Lindinha, né?
Em tempo: hoje à noite vou ao show da Karine Cunha, minha professora de canto. Ela se apresenta no Teatro Novo do DC. Vai ser um programa familiar: vou levar minha mãe, minha irmã e minha prima Bel. O Fredo vai ficar em casa (afinal, já vimos esse show uns meses atrás, no Teatro do Sesc) assistindo ao último capítulo de Duas Caras, pra me contar tudo depois. Amanhã digo como foi (o show, não a novela).
26 de mai. de 2008
tchaaaaaaaauuuu!!!
Não é no sentido de já vai tarde, como pode estar parecendo, mas o Guga tá exagerando nas despedidas! Faz 6 meses que ele está dando adeus às quadras! Deu, né?
Quem lê pensa que eu me importo com os rumos do tênis mundial, mas se tem um esporte que eu não entendo lhufas (e não assisto) é esse. Só que o manezinho da ilha conquistou todo mundo, até os maiores leigos no assunto. Não dá pra não ir com a cara dele.
Valeu, Guga. Espero que o Brasil consiga formar outro que nem tu (de preferência, tão simpático quanto). Em país de futebol, e a exemplo do que acontece na Fórmula 1... sejamos otimistas. Sempre tem um pai rico a fim de bancar o sonho do filho, ou o seu próprio.
A foto ali em cima é do Rubens Chaves.