O post sobre mulheres e futebol foi o centésimo do blog e eu custei a tomar coragem de escrever o centésimo primeiro. Porque sei lá, parecia que um ciclo tinha se encerrado, nem sei de quê, eu entrava no editor do blog e ficava olhando aquele número, 100 posts publicados nesse blog que pouca gente lê, mas que eu não consigo largar porque adoro escrever e, como já disse antes, não me importo de escrever pra mim mesma, pelo menos enquanto não encontro tempo de me dedicar a sério (se é que vou um dia).
O que finalmente me encorajou a escrever o centésimo primeiro post foi o livro que li nesse final de semana, Mulher de um homem só, do Alex Castro. Breve histórico: acompanho o blog LLL há algum tempo, só como leitora mesmo, nunca participei das polêmicas que ele enseja a cada post publicado. Eu só me divirto com as coisas que o Alex escreve. Às vezes concordo, às vezes discordo (é impossível ficar indiferente), mas acima de tudo eu adoro as coisas e, principalmente, o jeito que ele escreve.
Então ler um livro dele seria algo natural, não? Nem tanto, eu custei a decidir comprar o livro. Levei alguns meses. Bem sinceramente, a promoção de final de ano a 25 reais foi fundamental. Não que não valha mais, mas eu adoro uma promoção, compro quase tudo que tenho na liquidação, do sapato à máquina de lavar roupa, e com livro não é diferente. Foi um puta incentivo. Mas deixemos esses assuntos mundanos pra lá.
O livro atrasou dois dias e, quando chegou, eu brinquei que aquilo era uma carta dizendo que eu tinha que retirá-lo no correio ou algo assim. Porque ele é minúsculo. Fiquei meio decepcionada, mas não quis julgar pela embalagem. Naquele dia mesmo, fui andando pra casa e no caminho li as primeiras páginas. Cheguei em casa sorrindo, bom sinal.
Well, muito já se disse sobre Mulher de um homem só. Não sei mais em que eu poderia contribuir. Só lamento ter lido tantas coisas a respeito do livro antes de lê-lo: eu quase já tinha sacado a história (quase, na verdade só lendo mesmo pra saber), depois de tantas resenhas, elogios e críticas. Não foi uma leitura muito isenta. Mesmo assim, me atraiu do início ao fim, e já estou querendo ler de novo pra ver se capto outras nuances que, acho, me passaram meio despercebidas.
Terminei de ler durante o jogo de Grêmio X Flamengo, para o qual nem dei bola (e nem precisava, anyway). Ao acabar, fiquei burilando várias coisas: o quanto tenho (e não tenho) em comum com Carla; o quanto Murilo é chato, um mala mesmo, nunca me casaria com um cara assim (embora ele seja praticamente um coadjuvante, não dá pra conhecê-lo de verdade); que eu fiquei com uma tremenda vontade de conhecer a Júlia melhor, acho que ela é uma injustiçada, uma incompreendida que precisa de análise urgente, terapia nela djá!; e que a Carla é paradoxal, porque o livro começa mostrando uma guria toda moderninha, tipo "à frente de seu tempo", e no decorrer da história ela se mostra bem conservadora e antiquada. E tão ou mais louca quanto Júlia.
Sonhei essa noite inteirinha com Mulher de um homem só. Não foi um sono tranquilo, não. Foi quase uma noite de insônia. Mexeu com a minha cabecinha de mulher de um homem só. Meu lado Carla e meu lado Julia ficaram ali se afrontando. Fazia muito, mas muito tempo que um livro não me tirava o sono assim.
7 de dez. de 2009
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