28 de out. de 2008

quando um livro é bom (Travessuras da Menina Má)


Quando leio um livro bom, me dá uma felicidade... acho que falei coisa parecida em outro post. É que não posso me furtar de comentar sobre o último livro que devorei, digo, li. A Americanas.com me entregou em tempo recorde os três títulos encomendados - um deles, sobre lendas da mitologia grega, foi de presente para meu sobrinho de 9 anos, a pedido dele. Não é um fofo? - e eu peguei para ler na mesma hora Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa. Há tempos queria ler algo deste peruano, que eu vim a descobrir, lendo a orelha do livro, que chegou a ser candidato a presidente de seu país. Perdeu para o tirano Fujimori. Daí dá pra entender as críticas que permeiam a narrativa de "Travessuras ".

Não vou fazer um resumo do que li - há críticas e resenhas aos montes na web -, mas ao desafortunado que ainda não teve a oportunidade de conhecer a história da menina má e do bom menino, quero apenas deixar aqui a minha mais entusiasmada recomendação. É uma jóia rara. Provoca no leitor uma verdadeira catarse, é possível sentir as emoções dos personagens, de tão reais e humanos que são. Uma história de amor às avessas que daria um filme daqueles. Aliás, não posso acreditar que ninguém tenha pensado nisso ainda. Por via das dúvidas, melhor ler antes que Hollywood estrague a surpresa.

Comprei Travessuras da Menina Má influenciada por um título delicioso e por um escritor renomado de quem nunca tinha lido nada. Decisão impulsiva, porém acertadíssima. Estava mesmo precisando de um aperitivo pra me abrir a fome. Às vésperas da Feira do Livro de Porto Alegre, estou louca pra devorar tudo o que vier pela frente.

26 de out. de 2008

bodas de madeira

Ontem completamos, Fredo e eu, 5 anos de casados. O tempo passou rápido nisso também. Embora estejamos juntos há muito mais tempo – quase 12 anos –, foi no dia 25 de outubro de 2003 que assinamos o papel e nos tornamos marido e mulher. A gente nem precisava ter se casado, porque morávamos juntos e a lei certamente já consideraria nossa relação estável. Mas tinha um problema. Eu não conseguia deixar de chamá-lo de namorado. E isso era ridículo, pois àquela altura, namorados já não éramos há um bom tempo. Mas eu simplesmente não conseguia. Ele não me chamava de namorada, mas de mulher ou esposa também não, eu acho. Homem tem a vantagem de poder falar “minha guria”, era assim que ele falava para amigos ou colegas de trabalho que não me conheciam. Só que eu não podia chamá-lo de “meu guri” sem parecer que estava fazendo alusão à música de Chico Buarque. Ninguém chama namorado de “meu guri”, “meu homem”...

Nosso casamento foi super simples. Bonito, quase singelo. Escolhemos um espaço para festas na rua Dona Laura e ali tudo se deu. Não esbanjamos, só o essencial. Não teve igreja, mas teve uma benção dos meus pais, aproveitando o fato de eles serem católicos praticantes e minha mãe, uma ex-freira. Compareceram cerca de 80 pessoas, ou quase a totalidade de convidados. Os padrinhos foram nossos amigos mais queridos e próximos. As músicas foram selecionadas a dedo. Por meses nos dedicamos a vasculhar nossos CDs (em uma era pré-eMule) e a escolher o que o DJ do lugar - nada confiável - iria tocar. Isso deu um toque superpessoal à festa, muita gente percebeu que aquelas músicas não estavam tocando à toa. Na entrada dos padrinhos, a trilha foi In My Life, dos Beatles. Na entrada da noiva, Wave, na voz de João Gilberto. A valsa, nada ortodoxa, foi Te Solté la Rienda, na interpretação dos mexicanos do Maná. Na hora do brinde, foi a vez de Gracias a La Vida, cantada por Elis Regina. Arrepios...

Estávamos muito felizes. Reunir familiares e amigos para festejar nossa união deixou-nos extasiados. Acho que, se fosse casar hoje, faria muitas coisas de maneira diferente, principalmente a escolha dos fornecedores, pois nem tudo me agradou. Ou, provavelmente, nem casasse. Colocaria uma aliança na mão esquerda e pronto. Mas, aos 25 anos (a idade que eu tinha quando resolvemos casar; o casório foi 11 dias depois do meu aniversário de 26), não conseguia conviver com a idéia de nunca passar por esse rito de passagem, apesar de jamais ter sido o grande sonho da minha vida. Mas, naquele momento, achei que valeria a pena. Ainda bem que pensei assim.

Pena que não deu pra comemorar direito nossas bodas de madeira. Foi um final de semana chuvoso e eu ainda estou um tanto convalescente. Acho que ano que vem, em nossas "bodas de perfume", daremos uma festa. Quem sabe? De novo, é claro, com músicas escolhidas a dedo.

11 de out. de 2008

evidências físicas

Entre as mudanças que a entrada na quarta década de vida trazem (embora esteja longe dos 40, me dei conta de que já vivi três décadas inteirinhas), as mais contundentes são as evidências físicas. Afinal, é o corpo que envelhece. A cabeça é fácil manter jovem, tenho certeza de que terei uma mente jovem sempre. Mas são as infalíveis evidências físicas que me põem louca. Por mais que a indústria da cosmética e da estética invente técnicas milagrosas, tudo o que se fizer apenas protelará o que fatalmente virá. E já está vindo.

A facilidade que eu tinha de emagrecer já não é mais a mesma. A pele - sempre tão boa! - está diferente. Umas manchinhas começam a aparecer, ruguinhas também. As pálpebras já estão meio caídas (minha dermatologista disse que é uma predisposição genética e que botox resolve. Aff...). As gorduras localizadas se instalaram com usucapião. As articulações insistem em dar o ar da sua graça (antes eu nem lembrava que tinha joelhos!). Até mesmo o sono - eu, a dorminhoca-mor - mudou, as costas começam a doer depois de 10 horas na cama e acordar às 7 horas nem é tão difícil assim.

E o corpo? Ah, o corpitcho... esse que sempre foi meu grande trunfo, o responsável por minha auto-estima, um dos poucos aspectos físicos em que Deus (ou a genética?), caprichosamente, me favoreceu... tem prazo de validade e dá os primeiros sinais de que vai me deixar na mão. Tudo o que antes eu me orgulhava de não ter - ou de ter pouco - culote, celulite, flancos... tudo começa a aparecer por aqui.

Ginástica, dieta, creme hidratante, esfoliante, drenagem linfática... tudo paliativo. É como eu disse num post no dia 10 de abril: "Faça dieta o resto da vida se não quiser engordar. Caso contrário, você engordará. Faça ginástica o resto da vida para não despencar tudo. Caso contrário, tudo despencará. E conforme-se, pois, mesmo fazendo tudo isso, você pode até não engordar, mas um dia, tudo despencará." É bem assim.

Daí a gente chega num outro assunto: as intervenções cirúrgicas para fins estéticos. Nunca fui contra, e nem poderia, afinal, corrigi as orelhas de abano com apenas 14 anos. Me incomodavam, fui lá e mudei. Por que iria me conformar com uma brincadeira de mau gosto da genética? Minhas orelhas são naturais agora, antes é que eram erradas. O mesmo vale para outros tipos de correção. Com bom senso, sem exageros, na idade certa, acho totalmente válido.

É por isso que decidi adiar mais um pouquinho o inevitável. Enquanto for considerada jovem, quero parecer jovem, não apenas ser. Depois que eu não for mais jovem... sei lá, mais tarde eu vejo. Pra essas coisas a gente tem que ser meio imediatista. Se mal estou dando conta dos 31, que dirá do que vem depois.

8 de out. de 2008

de repente 31


Semana que vem é meu aniversário. 31. A cada ano que passa eu detesto mais essa data. Começou quando eu tinha uns 24, 25. Já naquela época eu sentia a pressão de estar chegando perto dos 30. Agora que estou mais perto deles do que nunca (ops! estou passando por eles!), constato que o tempo é inexorável, implacável e totalmente indiferente ao meu sofrimento. Um sofrer acanhado, é verdade. Nada que me faça chorar, me escabelar. Mas é um sofrimento que sempre me pega de jeito. Em algum momento do dia eu lembro que o tempo não pára. Que eu já não sou mais uma guria. Que sou indubitavelmente adulta, tão adulta que já tenho idade para ser mãe, comprar carro, financiar apartamento, aplicar botox.

Vivo um estranho paradoxo entre a menina e a mulher. Às vezes sou uma, às vezes outra. O fato é que não me agrada essa idéia de ser adulta, mulher, senhora, tia. Parece que, internamente, essa transição está acontecendo só agora, tardiamente, eu diria. É uma ambigüidade que me acompanha o tempo todo, está presente nas coisas que falo, penso e faço. E sinto.

Uma das razões é que eu não fiz muita coisa que normalmente se faz antes dos 30. Não cruzei o Atlântico, não fui garçonete num pub inglês, não morei sozinha, não fui a Porto Seguro (ufa!) ou a Bariloche com a turma do colégio, não tomei bala em rave. Por outro lado, sou nova para ter feito certas coisas que já fiz. Dos 20 aos 30 eu me formei, abri duas empresas, fiz uma pós, fui presidente de entidade empresarial, casei, parei de fumar... Alguns dirão que é típico da idade: nem tão jovem a ponto de não ter um passado, uma história, mas com muita vida pela frente. Nem 8 nem 80. 31.

Uma outra nuance desse negócio de passar dos 30 são as evidências físicas. Mas isso eu vou guardar pra falar num próximo post. Espero que esses momentos de reflexão me ajudem a enfrentar mais um aniversário!

4 de out. de 2008

shows da minha vida

Este post eu fiz inspirada pela Martha Medeiros, que escreveu em seu blog sobre os muitos shows que já foi na vida. Achei legal e resolvi copiar, só pela diversão de tentar lembrar os que eu já fui. É claro que a minha lista nem se compara à dela, um dia eu chego lá...

Tudo começou com shows dos Menudos e do Dominó, mas graças a Deus as pessoas crescem, evoluem e finalmente conseguem discernir entre o bom e o ruim. E apesar de alguns tropeços nesses meus quase 31 anos de vida, só tenho boas histórias para contar. Tentei colocar numa ordem cronológica, mas foi impossível. Tem alguns que eu nem lembro quando foram. Procurei não deixar nada de fora, mas é claro que não incluí os shows de bandas cover que assisti nas festas do clube Itapuí, no Opinião e nos bares da vida. Vamos a ela:

Cascavelletes: com apenas 12 anos conferi a performance da lendária banda gaúcha cantando os hits “Menstruada” e “Nega Bombom”. Foi no clube da Riocell, em Guaíba, e foi a primeira vez que saí sozinha de noite!!! Nossa, que precoce...

Rosa Tatooada: pode? Foi também no clube da Riocell e só lembro que o cara da banda abaixou as calças e mostrou a bunda pro público. Nojento. Nem merecia estar na lista, mas já que a intenção é relembrar, vamos agüentar também os maus momentos.

Gabriel O Pensador: devia ter uns 16 anos e fui sozinha! Descolei o ingresso de graça com a mulher do dono do Opinião, que dava aula em Guaíba na época. Eu adorava o cara e aquelas músicas que, de certa forma, traduziam as coisas que eu pensava.

Jorge Benjor: em Passo Fundo, com a Fê e a Michele. Acho que isso foi em 1994 ou 1995... certamente éramos menores. E aprontamos todas nessa viagem!

Legião Urbana: show antológico de 1994 em uma das maiores lotações da história do Gigantinho. O Sandro foi meu parceiro na empreitada. Quase fui esmagada e um cara mijou na minha perna, mas nossa, como valeu a pena!

Fernanda Abreu: na primeira edição do Planeta Atlântida, em 1996. Óbvio que foi a primeira e a última vez que fui ao evento. Detalhe: passei mal e desmaiei no meio do show da mulher. Mas acho que a culpa não foi dela. Depois a vi novamente no Opinião.

Lulu Santos: mais um momento de fraqueza... eu até curto o Lulu, mas daí a ir num show... e no Gigantinho! Acho que foi em 1996 e não curti muito.

Planet Hemp: também no Opinião, com ingresso descolado na rádio Ipanema, onde eu fazia estágio na época, ali por 1998. Mas não agüentei o peso do som e nem os teens maluquetes da platéia (e olha que eu tinha só 21 anos) e fui embora antes da metade do show.

IRA!: fui ao show do disco Isso é Amor, que eu adoro. Foi no Opinião, com a companhia de Fredo, Isadora e Fi. Ainda bem que eu fui, porque infelizmente o Ira! acabou.

Papas da Língua: o Fredo jura que nós fomos a um show deles no Salão de Atos da UFRGS. Eu não lembro!

Hard Working Band: esse eu lembro e foi demais. No Salão de Atos da UFRGS lotadíssimo. Mais uma boa banda gaúcha que se acabou.

Nei Lisboa: perdi as contas de quantos shows do Nei eu fui. Acho que uns cinco. Três só no Theatro São Pedro. Destaque para o show do disco Hi-Fi, que eu adoro.

Djavan: já gostei demais de Djavan, hoje não sou mais tão entusiasmada. Mas valeu vê-lo ao vivo no Teatro do SESI.

Luiz Melodia: esse negão é algo. Foram dois shows, no SESI – só sucessos, o máximo – e esse ano no Bourbon Country, do disco Estação Melodia, só de sambas antigos. Muito, muito bom.

Titãs: assisti duas vezes, a primeira naquele Planeta Atlântida de 1996, e confesso que nem lembro direito (deve ter sido depois do desmaio). A segunda vez foi num ótimo show do disco acústico, no Teatro do SESI.

Rita Lee: só vi a rainha do rock uma vez, naquele primeiro e único Planeta Atlântida. Não lembro muita coisa, mas uma eu jamais esquecerei: da mulher nua que desfilou no palco enquanto a Rita cantava Miss Brasil 2000. Aquilo chocou, ninguém esperava. Muito tempo depois eu descobri que a primeira Miss Brasil 2000 foi a Adriana Calcanhotto, num show da Rita no Gigantinho. Pode?

Eric Clapton: no Olímpico. Foi uma droga. Assim como a Martha Medeiros, fiquei lá longe e não me conectei com o cara. Dinheiro posto fora.

Maria Rita: linda, maravilhosa, rainha. O show, no Teatro do SESI, foi impecável. Era o lançamento do primeiro disco, Maria Rita, em 2005.

Lenine: eu e a Dani compramos ingresso para o mezanino do Teatro do SESI, mas o show não lotou. Tivemos a sorte de encontrar uma amiga minha que era assessora de imprensa da TIM, que promovia o show. Ela ficou com peninha e nos colocou na platéia baixa, bem pertinho do pernambucano arretado!

Gilberto Gil: vi o ex-ministro pela primeira vez num show no Salão de Atos da UFRGS do disco Quanta, talvez o mais difícil de digerir de toda a carreira dele. E assim foi o show. Mas o do Kaya N’ Gan Daya, em que ele canta músicas do Bob Marley, foi ótimo! E acreditem, foi no Araújo Vianna!

Marisa Monte: fui a três shows da Marisa, dos discos Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão, Barulinho Bom e Memórias, Crônicas e Declarações de Amor. Eu a amava muito, hoje nem tanto, mas enfim, é Marisa Monte, não é?

Chico Buarque (As Cidades e Carioca): foram dois shows inesquecíveis do meu maior ídolo. O primeiro, em 1999, eu só consegui ingressos para a última fila do mezanino do Teatro do SESI. Ou seja, vi o Chico a uma distancia de mais ou menos... 1 km, talvez mais. O segundo, em 2007, assisti da platéia alta do mesmo teatro e foi tudo, tudo de bom.

Paralamas do Sucesso: no Rio de Janeiro, com o Romualdo e a Ciça, assistimos ao primeiro show do Paralamas depois do acidente do Herbert Vianna. Foi no Credicard Hall.

Theddy Correa: cantando Lupicínio Rodrigues no Theatro São Pedro. Escolhi esse show para comemorar nosso aniversário de dois anos de casamento. Foi bonito, mas me chamou a atenção os vários erros cometidos por Theddy. Acho que ele não tinha ensaiado direito.

Seu Jorge: adoro esse negão, mas o show não foi muito legal. Era a primeira vez que eu pisava no Teatro do Bourbon Country, em 2007, e por muito tempo eu culpei o próprio teatro pelo fracasso do show, porque o som era alto demais. Mas hoje eu acho que o problema foi o show mesmo, era a estréia da turnê e eles não estavam entrosados.

Ney Matogrosso: o show Inclassificáveis foi o presente da RBS para convidados VIPs em 2007. Como presidente da AJE, lá estava eu, lépida e fagueira. S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!

Karine Cunha: minha professora de canto merece e muito estar nessa lista. Fui a dois shows do disco Epahei!, no Teatro do SESC e no Teatro Novo do DC. Linda e talentosa!

Quarteto em Cy: as quatro baianas que fizeram história na MPB estiveram em Porto Alegre em 2008. É claro que eu estava lá.

Fernanda Takai: show do disco Onde Brilhem Os Olhos Seus, primeiro trabalho solo dela. Foi esse ano no Bourbon Country. Fofa!

Adriana Calcanhotto: show com gostinho de vitória. Consegui entrar na lista de convidados da própria Adriana depois de não conseguir ingresso pelas vias normais dos espetáculos do Porto Alegre em Cena. E não é só porque eu queria muito assisti-la. Foi simplesmente indescritível. Adri é minha deusa.

Madonna: tô precisando incrementar a lista de shows internacionais ASAP! Isso vai começar logo mais, em dezembro, no show da Madonna em São Paulo!