8 de out. de 2008

de repente 31


Semana que vem é meu aniversário. 31. A cada ano que passa eu detesto mais essa data. Começou quando eu tinha uns 24, 25. Já naquela época eu sentia a pressão de estar chegando perto dos 30. Agora que estou mais perto deles do que nunca (ops! estou passando por eles!), constato que o tempo é inexorável, implacável e totalmente indiferente ao meu sofrimento. Um sofrer acanhado, é verdade. Nada que me faça chorar, me escabelar. Mas é um sofrimento que sempre me pega de jeito. Em algum momento do dia eu lembro que o tempo não pára. Que eu já não sou mais uma guria. Que sou indubitavelmente adulta, tão adulta que já tenho idade para ser mãe, comprar carro, financiar apartamento, aplicar botox.

Vivo um estranho paradoxo entre a menina e a mulher. Às vezes sou uma, às vezes outra. O fato é que não me agrada essa idéia de ser adulta, mulher, senhora, tia. Parece que, internamente, essa transição está acontecendo só agora, tardiamente, eu diria. É uma ambigüidade que me acompanha o tempo todo, está presente nas coisas que falo, penso e faço. E sinto.

Uma das razões é que eu não fiz muita coisa que normalmente se faz antes dos 30. Não cruzei o Atlântico, não fui garçonete num pub inglês, não morei sozinha, não fui a Porto Seguro (ufa!) ou a Bariloche com a turma do colégio, não tomei bala em rave. Por outro lado, sou nova para ter feito certas coisas que já fiz. Dos 20 aos 30 eu me formei, abri duas empresas, fiz uma pós, fui presidente de entidade empresarial, casei, parei de fumar... Alguns dirão que é típico da idade: nem tão jovem a ponto de não ter um passado, uma história, mas com muita vida pela frente. Nem 8 nem 80. 31.

Uma outra nuance desse negócio de passar dos 30 são as evidências físicas. Mas isso eu vou guardar pra falar num próximo post. Espero que esses momentos de reflexão me ajudem a enfrentar mais um aniversário!

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