11 de out. de 2008

evidências físicas

Entre as mudanças que a entrada na quarta década de vida trazem (embora esteja longe dos 40, me dei conta de que já vivi três décadas inteirinhas), as mais contundentes são as evidências físicas. Afinal, é o corpo que envelhece. A cabeça é fácil manter jovem, tenho certeza de que terei uma mente jovem sempre. Mas são as infalíveis evidências físicas que me põem louca. Por mais que a indústria da cosmética e da estética invente técnicas milagrosas, tudo o que se fizer apenas protelará o que fatalmente virá. E já está vindo.

A facilidade que eu tinha de emagrecer já não é mais a mesma. A pele - sempre tão boa! - está diferente. Umas manchinhas começam a aparecer, ruguinhas também. As pálpebras já estão meio caídas (minha dermatologista disse que é uma predisposição genética e que botox resolve. Aff...). As gorduras localizadas se instalaram com usucapião. As articulações insistem em dar o ar da sua graça (antes eu nem lembrava que tinha joelhos!). Até mesmo o sono - eu, a dorminhoca-mor - mudou, as costas começam a doer depois de 10 horas na cama e acordar às 7 horas nem é tão difícil assim.

E o corpo? Ah, o corpitcho... esse que sempre foi meu grande trunfo, o responsável por minha auto-estima, um dos poucos aspectos físicos em que Deus (ou a genética?), caprichosamente, me favoreceu... tem prazo de validade e dá os primeiros sinais de que vai me deixar na mão. Tudo o que antes eu me orgulhava de não ter - ou de ter pouco - culote, celulite, flancos... tudo começa a aparecer por aqui.

Ginástica, dieta, creme hidratante, esfoliante, drenagem linfática... tudo paliativo. É como eu disse num post no dia 10 de abril: "Faça dieta o resto da vida se não quiser engordar. Caso contrário, você engordará. Faça ginástica o resto da vida para não despencar tudo. Caso contrário, tudo despencará. E conforme-se, pois, mesmo fazendo tudo isso, você pode até não engordar, mas um dia, tudo despencará." É bem assim.

Daí a gente chega num outro assunto: as intervenções cirúrgicas para fins estéticos. Nunca fui contra, e nem poderia, afinal, corrigi as orelhas de abano com apenas 14 anos. Me incomodavam, fui lá e mudei. Por que iria me conformar com uma brincadeira de mau gosto da genética? Minhas orelhas são naturais agora, antes é que eram erradas. O mesmo vale para outros tipos de correção. Com bom senso, sem exageros, na idade certa, acho totalmente válido.

É por isso que decidi adiar mais um pouquinho o inevitável. Enquanto for considerada jovem, quero parecer jovem, não apenas ser. Depois que eu não for mais jovem... sei lá, mais tarde eu vejo. Pra essas coisas a gente tem que ser meio imediatista. Se mal estou dando conta dos 31, que dirá do que vem depois.

Um comentário:

  1. Hummmmm...isso me fez lembrar que entrei na casa dos 30. Que o corpo já não é o mesmo e que realmente a cosmética não faz milagres mas ajuda pacas! Uma certa empresa nacional está ganhando mais uns pilas com essa nova consumidora preocupada com a estética. O consolo de ter chegado aos 30 é que dizem (e por enquanto eu acredito) que estou melhor agora. O que importa é que somos felizes! Adorei o blog Fer! Bjo, Jan

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