26 de out. de 2008

bodas de madeira

Ontem completamos, Fredo e eu, 5 anos de casados. O tempo passou rápido nisso também. Embora estejamos juntos há muito mais tempo – quase 12 anos –, foi no dia 25 de outubro de 2003 que assinamos o papel e nos tornamos marido e mulher. A gente nem precisava ter se casado, porque morávamos juntos e a lei certamente já consideraria nossa relação estável. Mas tinha um problema. Eu não conseguia deixar de chamá-lo de namorado. E isso era ridículo, pois àquela altura, namorados já não éramos há um bom tempo. Mas eu simplesmente não conseguia. Ele não me chamava de namorada, mas de mulher ou esposa também não, eu acho. Homem tem a vantagem de poder falar “minha guria”, era assim que ele falava para amigos ou colegas de trabalho que não me conheciam. Só que eu não podia chamá-lo de “meu guri” sem parecer que estava fazendo alusão à música de Chico Buarque. Ninguém chama namorado de “meu guri”, “meu homem”...

Nosso casamento foi super simples. Bonito, quase singelo. Escolhemos um espaço para festas na rua Dona Laura e ali tudo se deu. Não esbanjamos, só o essencial. Não teve igreja, mas teve uma benção dos meus pais, aproveitando o fato de eles serem católicos praticantes e minha mãe, uma ex-freira. Compareceram cerca de 80 pessoas, ou quase a totalidade de convidados. Os padrinhos foram nossos amigos mais queridos e próximos. As músicas foram selecionadas a dedo. Por meses nos dedicamos a vasculhar nossos CDs (em uma era pré-eMule) e a escolher o que o DJ do lugar - nada confiável - iria tocar. Isso deu um toque superpessoal à festa, muita gente percebeu que aquelas músicas não estavam tocando à toa. Na entrada dos padrinhos, a trilha foi In My Life, dos Beatles. Na entrada da noiva, Wave, na voz de João Gilberto. A valsa, nada ortodoxa, foi Te Solté la Rienda, na interpretação dos mexicanos do Maná. Na hora do brinde, foi a vez de Gracias a La Vida, cantada por Elis Regina. Arrepios...

Estávamos muito felizes. Reunir familiares e amigos para festejar nossa união deixou-nos extasiados. Acho que, se fosse casar hoje, faria muitas coisas de maneira diferente, principalmente a escolha dos fornecedores, pois nem tudo me agradou. Ou, provavelmente, nem casasse. Colocaria uma aliança na mão esquerda e pronto. Mas, aos 25 anos (a idade que eu tinha quando resolvemos casar; o casório foi 11 dias depois do meu aniversário de 26), não conseguia conviver com a idéia de nunca passar por esse rito de passagem, apesar de jamais ter sido o grande sonho da minha vida. Mas, naquele momento, achei que valeria a pena. Ainda bem que pensei assim.

Pena que não deu pra comemorar direito nossas bodas de madeira. Foi um final de semana chuvoso e eu ainda estou um tanto convalescente. Acho que ano que vem, em nossas "bodas de perfume", daremos uma festa. Quem sabe? De novo, é claro, com músicas escolhidas a dedo.

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