15 de set. de 2010

maldita seja

Maldita seja a cidade que esconde de seu povo o que tem de mais bonito. Às vezes eu não entendo porque não consigo ser apaixonada por Porto Alegre. Gosto, mas não amo. Falta alguma coisa. Não é culpa da cidade. Não sei bem de quem é  a culpa. E acho que, a essas alturas, nem interessa mais. O que interessa é que ele está ali. Sempre esteve. Mas, por algum motivo, não o vemos, pelo menos não da maneira como seria possível, como seria a ideal. Porto Alegre poderia ter uma orla. Ciclovias, calçadões. Nós poderíamos conviver diariamente com o Rio Guaíba. Assim, de pertinho, intimamente, chegar perto dele. Entrar nele talvez seja pedir demais (será?), mas não se trata disso.
Hoje, lá pelas 17h30, vindo de carro pela freeway, já próxima da ponte do Guaíba, eu vi o rio. Ele tinha uma cor prata indescritível, a paisagem era magnífica, mas eu só pude admirá-lo por uns poucos segundos, arriscando provocar um acidente, pois estava dirigindo. Nesse momento me bateu uma indignação. Fiquei pensando que cada vez que vejo o rio é como se fosse a primeira vez, a beleza dele me estarrece e ao mesmo tempo me causa estranheza, esse rio pertence à minha cidade, mas não pertence às pessoas, não me pertence.
Espero sinceramente que o governador do estado e o prefeito de Porto Alegre que forem eleitos esse ano FAÇAM finalmente alguma coisa e DEVOLVAM aos porto-alegrenses o Rio Guaíba. Usem a Copa do Mundo de Futebol como desculpa, ou como motivação, não importa. Mas façam acontecer e me deem motivos para amar Porto Alegre, para ter orgulho de Porto Alegre, para eu poder dizer a um amigo de fora "Vê que linda a cidade que escolhi pra morar?", para eu poder dizer BENDITA SEJA Porto Alegre, a cidade onde eu vivo, pois ela tem um rio que é de todos, um rio que é meu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Elucubre vc também!