Ontem fui ao Baile da Cidade, a festa que acontece todo ano, há 20 anos, na Redenção, para comemorar o aniversário de Porto Alegre. Moro na capital há quase 13 anos e nunca tinha ido ao tal baile. Não sei por quê. O evento é bem legal, considerando o que entendo ser sua proposta: reunir pessoas de todas as idades e classes e oferecer a elas entretenimento gratuito em um espaço público.
Os segredos pra curtir o evento são: não se importar em beber cerveja não muito gelada, direto da lata e tirada daqueles isopores bem sujos cheios de gelo derretido; relaxar ao constatar que vc só gosta de uma a cada dez músicas que tocam, e olhe lá; aguentar na boa os bebuns dançando funk perto da sua mesa, normalmente trajando camisetas do Internacional; esquecer que quem promove o evento é a prefeitura de Porto Alegre, que deixa tanto a desejar em outras áreas (mas que, pelo menos, não economizou no policiamento).
Acho que o maior segredo é estar de bom humor, e isso eu estava ontem à noite. Dancei até as 3 horas da manhã na companhia da Dani, do Fredo, da mãe da Dani e de uma galera que eu nem conhecia, mas que conhecia meus conhecidos. Boa parceria é fundamental também.
Apesar da festinha divertida, venho pensando muito sobre Porto Alegre ultimamente. Não é mais a mesma cidade de 1996, quando vim de mala e cuia saída de uma provinciana Guaíba ali do outro lado do rio. A cidade mudou, eu mudei. Algumas coisas das quais me orgulhava já não existem mais. Porto Alegre me parece apenas mais uma grande cidade brasileira afundada em problemas.
Acho que eu mudei mais que Porto Alegre.
A velocidade com que os absurdos chegaram a Porto Alegre nos deixam de cabelo em pé. O Sul sempre me deu orgulho e continuo a ter, só que os fatos estão aí e não dá pra negar que a decepção acontece.
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